Em Avanca e Londres, o equilíbrio deriva da luz que, ao tocar os objectos em múltiplos ângulos, se dispersa e define espaços. Em Albufeira, há apenas uma linha divisória entre dois espaços, ambos de sombra que,a meu ver, é insuficiente para gerar equilíbrio. Talvez a ideia seja mesmo essa, não sei, mas nesse caso não me faz muito sentido a sequência das três magens. Em suma: muito boas as duas primeiras, da última não gosto, definitivamente.
bom, entre tantas fotografias boas e excelentes do Kiasma, acho que podemos enviar esta para as calendas... Quem não tem um ou outro momento de escuridão?
Obrigado Sontag e Anonymous pelos vossos comentários; ajudam-me a perceber o que vai acontecendo por aqui. Estes três posts, apesar de terem sido feitos de rajada, é verdade, são três posts individuais, apesar da relação que mantêm entre eles. A primeira fotografia foi uma private joke em relação a um post num outro blog que me é próximo e que andava à volta da noção de vertical. A segunda, que já estava na calha há uns tempos, pareceu-me que se relacionava muito bem com a anterior (sobretudo a nível formal, obviamente, já que me põe outras questões em termos de conteúdo). A terceira... bom a terceira, por acaso tem uma vertical mas não faz parte deste jogo. Foi feita na véspera, numa ida relâmpago a Albufeira, e quando estava a fotografar percebi que me ia meter em trabalhos... Agradou-me muito aquela separação entre o "hemisfério" esquerdo e direito da imagem, o modo como o mesmo material é modelado e modulado diferentemente pela luz, como um se apresenta luminoso, com volume, e o outro plano, baço, absorvendo toda a luz e não reflectindo nenhuma. Mas na origem desta imagem esteve também, ainda que de forma simplista e grosseira, um duplo conceito de espaço em Deleuze e para o qual uma amiga me chamou a atenção num comentário umas fotografia mais abaixo, o conceito de espace lisse e espace strié, ao qual voltarei. Mas no fundo tudo se resume às fotografias e elas aqui estão. Apesar da aparente negritude, não deixo de olhar para ela como a persistência da luz. Mas isso sou eu, o que conta pouco. Elas são mesmo é para vocês. ff
4 comments:
Em Avanca e Londres, o equilíbrio deriva da luz que, ao tocar os objectos em múltiplos ângulos, se dispersa e define espaços. Em Albufeira, há apenas uma linha divisória entre dois espaços, ambos de sombra que,a meu ver, é insuficiente para gerar equilíbrio. Talvez a ideia seja mesmo essa, não sei, mas nesse caso não me faz muito sentido a sequência das três magens. Em suma: muito boas as duas primeiras, da última não gosto, definitivamente.
bom, entre tantas fotografias boas e excelentes do Kiasma, acho que podemos enviar esta para as calendas... Quem não tem um ou outro momento de escuridão?
Obrigado Sontag e Anonymous pelos vossos comentários; ajudam-me a perceber o que vai acontecendo por aqui.
Estes três posts, apesar de terem sido feitos de rajada, é verdade, são três posts individuais, apesar da relação que mantêm entre eles.
A primeira fotografia foi uma private joke em relação a um post num outro blog que me é próximo e que andava à volta da noção de vertical. A segunda, que já estava na calha há uns tempos, pareceu-me que se relacionava muito bem com a anterior (sobretudo a nível formal, obviamente, já que me põe outras questões em termos de conteúdo).
A terceira... bom a terceira, por acaso tem uma vertical mas não faz parte deste jogo.
Foi feita na véspera, numa ida relâmpago a Albufeira, e quando estava a fotografar percebi que me ia meter em trabalhos... Agradou-me muito aquela separação entre o "hemisfério" esquerdo e direito da imagem, o modo como o mesmo material é modelado e modulado diferentemente pela luz, como um se apresenta luminoso, com volume, e o outro plano, baço, absorvendo toda a luz e não reflectindo nenhuma. Mas na origem desta imagem esteve também, ainda que de forma simplista e grosseira, um duplo conceito de espaço em Deleuze e para o qual uma amiga me chamou a atenção num comentário umas fotografia mais abaixo, o conceito de espace lisse e espace strié, ao qual voltarei.
Mas no fundo tudo se resume às fotografias e elas aqui estão. Apesar da aparente negritude, não deixo de olhar para ela como a persistência da luz. Mas isso sou eu, o que conta pouco. Elas são mesmo é para vocês.
ff
eu até gosto, mas a arte vive precisamente destas zonas de indeterminação que permitem leituras pessoais; essa é a sua riqueza :)
Post a Comment