Máscara trancada fora da essência de alguém, pedaço de madeira ao relento, tosco, em bruto jaz, pincelado pela mão de alguém entre salpicos imperfeitos, lascados pela índole acidental da rotina. Olho-a, como se fosse minha, sendo de outrem, vejo-a como observo a minha antes de a colocar, todos temos uma, todos a criamos e a tornamos parte visível de nós, como se fosse parte integrante da nossa vivência, como se existisse a necessidade de nos mostrar-nos algo que na realidade somos apenas parcialmente, pela parcialidade da vida caminhamos, como aprendizagem embrionária incutida em nós. Revolto-me com a prisão que nela me sinto, num sentir que desgasta e corroí, que nos deseja espontâneos e nos torna mecânicos, por vezes deixo-a em casa, por vezes trago-a no bolso, deixei de a pôr para que ela se ponha em mim, tento enterra-la de mim, evadir-me dela, cometer o risco de ser eu só, sem coberturas bonitas e esconderijos dispersos. É-me parcialmente impossível, como me é parcialmente minha na minha integrante diária de vida e de rotina... Porque vivemos num mundo disperso de realidade pura, para idolatrar sim a aparência, não a idolatro, mas uso-a, está-me pregada e está pregada a outrem, sem que haja fugas ou moralismos dispersos que a percam de mim ou dele ou dela...De todos nós. Podemos abrir os olhos e senti-la ou podemos apenas dizer que ela não existe, existindo e perecendo ao temporais dentro de nós e fora, sendo involucro e conteúdo em simultâneo, sem que haja fuga ou escape, exorcismo ou acidente, é e não deixará de ser, foi-nos incutida na meninez e será tão eterna como a nossa memória!
Máscara? ou os olhos de uma coruja alucinada porque a floresta que lhe serve de lar está em vias de extinção para dar lugar a mais um condomínio soit disant paradisíaco?
3 comments:
Máscara trancada fora da essência de alguém, pedaço de madeira ao relento, tosco, em bruto jaz, pincelado pela mão de alguém entre salpicos imperfeitos, lascados pela índole acidental da rotina. Olho-a, como se fosse minha, sendo de outrem, vejo-a como observo a minha antes de a colocar, todos temos uma, todos a criamos e a tornamos parte visível de nós, como se fosse parte integrante da nossa vivência, como se existisse a necessidade de nos mostrar-nos algo que na realidade somos apenas parcialmente, pela parcialidade da vida caminhamos, como aprendizagem embrionária incutida em nós. Revolto-me com a prisão que nela me sinto, num sentir que desgasta e corroí, que nos deseja espontâneos e nos torna mecânicos, por vezes deixo-a em casa, por vezes trago-a no bolso, deixei de a pôr para que ela se ponha em mim, tento enterra-la de mim, evadir-me dela, cometer o risco de ser eu só, sem coberturas bonitas e esconderijos dispersos. É-me parcialmente impossível, como me é parcialmente minha na minha integrante diária de vida e de rotina... Porque vivemos num mundo disperso de realidade pura, para idolatrar sim a aparência, não a idolatro, mas uso-a, está-me pregada e está pregada a outrem, sem que haja fugas ou moralismos dispersos que a percam de mim ou dele ou dela...De todos nós. Podemos abrir os olhos e senti-la ou podemos apenas dizer que ela não existe, existindo e perecendo ao temporais dentro de nós e fora, sendo involucro e conteúdo em simultâneo, sem que haja fuga ou escape, exorcismo ou acidente, é e não deixará de ser, foi-nos incutida na meninez e será tão eterna como a nossa memória!
está-me aparecer que o KIASMA se tornou um projecto de parceria... :)
Máscara? ou os olhos de uma coruja alucinada porque a floresta que lhe serve de lar está em vias de extinção para dar lugar a mais um condomínio soit disant paradisíaco?
ana
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